quinta-feira, 20 de novembro de 2008

A Escravatura Que Dura

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A Escravatura Que Dura(1)
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Por João Tunes - Seixal - Portugal
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Muitas vezes, demasiadas, com o nosso encanto folclórico-afectivo pelo Brasil, sobretudo por causa da sua oralidade musicada, pelos brasileiros (e porque não dizer: sobretudo com as brasileiras!), mais pelo canto dos cantores épicos de Lula como imitação pífia e trotsquista-cristã do “Cavaleiro da Esperança”, esquece-se um fenómeno bem tangível para quem visita e conhece o Brasil – ser, e continuar a ser, um dos países mais racistas do mundo. Não daquele racismo de sopro e assobio, mas racismo do mais cruel e primário – o que mantém uma naco apreciável da sua população, os negros e as negras, afastados da decisão e sempre perto da discriminação, exceptuando quase só quando abanam a bunda ou dão genial pontapé na bola. É uma herança nossa, portuguesa, quando se investiu no Brasil, por causa da cana de açúcar (transferindo-se a produção antes centrada em São Tomé) e a Terra de Vera Cruz se transformou em grande destino do mercado de escravos. E há heranças, mesmo se bem disfarçadas, que perduram.
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Leia-se Carlos Lopes(2):
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1. Texto postado em março/2006 no blog Água Lisa.
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2. Carlos Lopes, editor-chefe do Relatório de Desenvolvimento Humano Brasil 2005 — Racismo, pobreza e violência, lançado pelo PNUD. Lopes foi representante do PNUD e da ONU no Brasil.
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Observação: 20 de novembro - Dia da Consciência Negra (no Brasil).
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Foto: Extraído do blog Água Lisa.

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