domingo, 21 de setembro de 2008

Uma Revolução Farroupilha

*Por Tyrone Andrade de Mello

Ontem foi mais um 20 de Setembro e ficamos pensando se nos dias de hoje não nos falta um pouco de força dos ideais farrapos. Pelo menos é assim que meus sentimentos atávicos se manifestam quando chega nesta data comemorativa. Cada ano que se passa fica difícil compreender o significado da Revolução Farroupilha. Ela foi uma revolução? No contexto das rebeliões ocorridas durante a Regência em diferentes províncias não foi; nem numa luta de dez anos contra a monarquia lusa; nem contra a centralização política e administrativa; menos ainda em optar por idéias republicanas. Que revolução foi esta?
---------
Este acontecimento político marcou nossa história e que tornou um marco de referência para nossa identidade. Na bela melodia do Hino Rio-grandense poucos sabem que foi de autoria de um negro, o maestro mineiro Joaquim José de Mendanha, que estava no RS à época farroupilha e se fixou depois em Porto Alegre. Já a letra de Francisco Pinto da Fontoura vem sendo cantada com pequena adaptação para a visão negra: "Povo que é lança e virtude/a clava quer ver escravo". Também uma estrofe inteira foi suprimida pela lei estadual de 5 de janeiro de 1966 a mesma lei que o substituiu como um dos símbolos do estado: "Entre nós reviva Atenas/Para assombro dos tiranos/sejamos gregos na glória/ e na virtude romanos".
-----------
É com amor, orgulho e honra que nós dizemos que somos gaúchos e é com a nossa memória e nossas festividades que a cada ano reverenciamos a luta farroupilha com liberdade, igualdade e humanidade. Sabemos pelejar e olhar o horizonte firme e determinado que nos lembra os ideais farrapos.
***---------
-------
*Tyrone Andrade de Mello é professor de história da rede estadual do RS na cidade de Porto Alegre/RS.
--------
Foto: Banco de imagens da web

Nenhum comentário: