terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Palavras Repetidas

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Feliz Ano Velho!
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É dele que iremos partir
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De tudo que fomos até agora
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Para chegar aqui

As insatisfações dizem muitas coisas
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A autocrítica deveria ser usada de forma homeopática
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E não numa superdose que se perderá em um dia
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O sol nasce todos os dias
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A noite vem...
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Suas células vão a cada instante
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Se desfazendo de você velho
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E a exemplo de tudo que se move com sabedoria
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O interessante é mover-se a cada passo
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Sem precisar pular e distender ou quebrar a perna
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E num raio de pouco tempo passado
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E que seja o convencionado ano
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Seu olhar será muito útil
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Para todos os outros anos que virão.
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Abaixo, vídeo com a música “Palavras Repetidas(04:36) com Gabriel O Pensador.
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Foto: Banco de imagens da web

domingo, 28 de dezembro de 2008

Panis et Circenses

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Panis et Circenses (Pão e Circo)
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Caetano Veloso/Gilberto Gil

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Eu quis cantar
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Minha canção iluminada de sol
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Soltei os panos, sobre os mastros no ar
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Soltei os tigres e os leões, nos quintais
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Mas as pessoas na sala de jantar
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São ocupadas em nascer e morrer
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Mandei fazer
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De puro aço, luminoso um punhal
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Para matar o meu amor, e matei
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Às cinco horas na Avenida Central
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Mas as pessoas na sala de jantar
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São ocupadas em nascer e morrer
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Mandei plantar
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Folhas de sonho no jardim do solar
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As folhas sabem procurar pelo sol
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E as raízes procurar, procurar
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Mas as pessoas na sala de jantar
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Essas pessoas da sala de jantar
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São as pessoas da sala de jantar
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Mas as pessoas na sala de jantar
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São ocupadas em nascer e em morrer
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Abaixo, vídeo com a música “Panis et Circenses(02:56) com Marisa Monte.
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Foto: Banco de imagens da web

sábado, 27 de dezembro de 2008

No Porão

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No porão
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Álvaro Barcellos

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Para Mário Quintana

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Eu às vezes perco as forças:

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só me encontro na canção.

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Nela me acho, me aprumo,

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feito o herói em seu porão.

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E remexo bugigangas

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e velhas quinquilharias

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que de repente se mostram

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no escuro ou na luz do dia.

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REFRÃO
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No meu porão eu aos poucos

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junto-me aos quatro elementos

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e organizo minhas dores

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no dorso feroz dos ventos.

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E assim o meu porão

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sem que eu imaginasse

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se mostra então surpreendente

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me revelando outras faces.

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Por onde terei andado

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no silêncio de meus passos?

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Eu sorrateiro me escondo

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entre alegria e cansaço.

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REFRÃO
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Eu às vezes perco as forças.

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Nem sei de espaço ou momento:

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então procuro Quintana

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na Rua dos Cataventos.

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E remexo bugigangas:

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muitos lances eu invento

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quando me escondo do tempo

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no porão dos sentimentos.

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REFRÃO
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Foto: Banco de imagens da web

quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

Meu Doce Mestre

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"Seja, porém, o vosso falar: Sim, sim; Não, não;"

Jesus
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- - Abaixo, vídeo com a música "My Sweet Lord" (04:15) com George Harrison.

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Foto: Banco de imagens da web

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Humor

Calvin - Natal...
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Por: Bill Watterson
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domingo, 21 de dezembro de 2008

Conselho

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Conselho
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Adilson Bispo e Zé Roberto
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Deixe de lado esse baixo astral
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Erga a cabeça enfrente o mal
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Que agindo assim será vital
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Para o seu coração
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É que em cada experiência
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Se aprende uma lição
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Eu já sofri por amar assim
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Me dediquei, mas foi tudo em vão
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Pra que se lamentar?
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Se em sua vida pode procurar
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Quem te ame
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Com toda força e ardor
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Assim sucumbirá a dor
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Tem que lutar!!!
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Tem que lutar, não se abater
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Só se entregar a quem te merecer
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Não estou dando nem vendendo
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Como o ditado diz
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O meu conselho é pra te ver Feliz...
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Segue abaixo, vídeo com a música "Conselho" (03:19) com Arranco de Varsóvia.
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Foto: Banco de imagens da web

domingo, 14 de dezembro de 2008

Ocorrência

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Ocorrência
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Ferreira Gullar

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Aí o homem sério entrou e disse: bom dia.

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Aí outro homem sério respondeu: bom dia.

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Aí a mulher séria respondeu: bom dia.

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Aí a menininha no chão respondeu: bom dia.

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Aí todos riram de uma vez

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Menos as duas cadeiras, a mesa, o jarro, as flores,

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As paredes, o relógio, a lâmpada, o retrato, os livros,

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O mata-borrão, os sapatos, as gravatas, as camisas, os lenços.

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Foto: Banco de imagens da web

sábado, 13 de dezembro de 2008

Seminário Com Raul Teixeira

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Raul Teixeira possui um trabalho dedicado e de grande valor na seara espírita, pois além do seu trabalho junto a Sociedade Espírita Fraternidade em Niterói/RJ, Raul tem apresentado programas de televisão, psicografado livros e feito palestras de temática sócio-espírita por vários lugares no Brasil e no Exterior.

Raul Teixeira estará realizando em Curitiba no dia 14/12 o seminário público - “Porque Sofremos?”.

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Local: Paraná Clube
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Endereço: Av. Kennedy, 2377 - Vila Guaíra – Curitiba/PR
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Horário: 9h às 12h – Entrada Franca
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Contato: (41) 3223-6174
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Maiores informações:
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Site de Raul Teixeira: www.raulteixeira.com ----------------
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Site Federação Espírita do Paraná: www.feparana.com.br ---
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Foto: Extraída do site de Raul Teixeira

A Voz Do Morro

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O velho e bom Zé Kéti traz um doce tom ao ritmo mais popular do Brasil: O Samba.
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É impressionante a beleza de suas melodias.
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Nara Leão em uma determinada entrevista para a TV Cultura falava que apesar do seu gosto pela bossa nova ela estava naquele momento começando a cantar “outras realidades”, pois que o samba representava a expressão artística de vidas mais sofridas do nosso povo.
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Dos muitos compositores, Zé Kéti é, sem dúvida, um nome expressivo desse ritmo e sua composição “A Voz do Morro” é uma bela representação dessa identidade musical.
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Abaixo, vídeo com a música “A Voz do Morro(02:49) com Zé Renato e Roberta Sá.
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Foto: Banco de imagens da web

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Cabra-Cega

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Embora o cinema brasileiro possua trabalhos interessantes, ressente-se no que tange ao mercado, sendo a questão da distribuição muito complicada, e em geral os filmes mais interessantes possuem também um perfil menos mercadológico.
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Deixando a discussão mercado de lado, lembrei-me de um filme ainda recente e interessante - “Cabra-Cega” (2004), dirigido por Toni Venturi e protagonizado por Leonardo Medeiros que vive o papel de um militante da resistência à ditadura militar no Brasil e que após ser ferido acaba ficando escondido em um apartamento de um simpatizante da causa, por um longo período.
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O personagem vive a angústia do processo sócio-político em meio a anseios, receios e outros conflitos pessoais, além de carecer de alguns cuidados médicos, os quais ele acaba recebendo de outra militante que para visitá-lo se passa por diarista.
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Num determinado ponto do filme, essa companheira lhe oportuniza um pequeno momento de liberdade e agrado, quando o leva para o terraço do prédio para um almoço “ao ar livre”; essa cena fica ainda melhor com a trilha da música “Eu Quero É Botar Meu Bloco Na Rua” de Sérgio Sampaio.
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Abaixo, vídeo do trailer do filme “Cabra-Cega(02:04) e vídeo com a música “Eu Quero É Botar Meu Bloco Na Rua(03:03) com Sérgio Sampaio.
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(Trailer - Filme Cabra-Cega)

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(Eu Quero É Botar Meu Bloco Na Rua)

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Foto: Banco de imagens da web

domingo, 7 de dezembro de 2008

Glaucia Nasser

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A mineira Glaucia Nasser lançou seu primeiro cd que leva seu nome em 2003 e a partir dele surgem algumas oportunidades de exposição de seu trabalho, como no caso da escolha da música “Lábios de Cetim” para compor um álbum de música brasileira por um selo estadunidense, sendo que essa mesma faixa foi selecionada para integrar a trilha do filme “The Visitors” do diretor Tom MacCarthy.
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Em 2006 lança seu segundo cd “Bem Demais” e o repertório conta com canções inéditas de Ivan Lins, Paulinho da Viola, Carlinhos Vergueiro e Isabela Taviani, além de releituras de Gilberto Gil e Pato Fu. Um trabalho que foi bem recebido pela crítica e pelo público.
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No início de 2008, Glaucia lançou seu terceiro cd “A Vida Num Segundo” seu primeiro trabalho autoral no qual ela aproveita inspirações da MPB e do Pop.
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Mais informações sobre seu trabalho no site: www.glaucianasser.com.br
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Abaixo, vídeo com a música “Balanço da Zona Sul(03:02) com Glaucia Nasser.
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Foto: Banco de imagens da web

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Caminhada

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Texto enviado por Fernando Petrosky – Campo Largo/PR
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Caminhada
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Se eu puder caminhar observando a amplidão do horizonte
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Não terei pressa, andarei mesmo assim com passos largos
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Terei a minha frente o infinito e poderei construir minha passagem
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Se eu vejo a amplidão, me vejo sem limites
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Não existirá em meu trajeto obstáculos intransponíveis
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Mas preciso da amplidão como espelho
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Na verdade não quero o fim da caminhada,
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Não quero um objetivo a minha frente como uma marca de chegada
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Quero a trilha e dela sentir sede de conquistá-la para todo o sempre
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Se levantar os olhos e ver esta amplidão
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Estarei trilhando
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Passo a passo
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Estarei a caminho
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E com um horizonte tão imenso a minha frente, não terei retornos,
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Não vou questionar o que passou... Apenas irei...
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Foto: Banco de imagens da web

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Moska

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Paulinho Moska estará se apresentando em Curitiba no Caixa Cultural nos dias 5, 6 e 7 de dezembro com ingressos acessíveis a R$20,00 inteira e R$10,00 meia entrada (estudantes e clientes CEF).
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Reflexos e Reflexões
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Paulinho Moska

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Diga aí amigo...

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Como vai você?
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Estou aqui contigo
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E Você também me vê
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Às vezes sou seu clone
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E você é o meu
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Não temos o mesmo nome
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Mas nossa vida se perdeu
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Em encontros e desencontros
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Do mesmo sopro
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Que atravessa eu e você
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Se estou contigo
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É porque estás comigo
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E nós não podemos nos perder
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Abaixo, vídeo com a música “Reflexos e Reflexões(03:30) com Paulinho Moska.
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Foto: Extraída do site de Paulinho Moska

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Woody "Alien"

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Pra falar a verdade, não penso que datas comemorativas tenham tanta importância assim, mas de alguma forma nos permitem a lembrança e uma possível abordagem de assuntos.
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Hoje é aniversário de Woody Allen que completa 73 anos.
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Nesse final de semana, Domingos de Oliveira publicou um artigo sobre Woody, afirmando que ele é um alien, mas num foco positivo, visto que Allen não se sente uma estrela e pensa que seu trabalho não pode ser chamado de arte. Na verdade sou suspeito para falar a respeito, pois tenho admiração por sua obra.
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Vale destacar que Woody Allen possui uma propriedade ótima de analisar o ser humano em si, pois que não é difícil ver em muitos de seus trabalhos uma pessoa que “ri de si mesmo” trazendo de forma ímpar uma autocrítica e só isso já vale para assistir seus trabalhos e reconhecer sua qualidade.
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Foto: Banco de imagens da web

domingo, 30 de novembro de 2008

- São Paulo -

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Fusão dos universos urbano e rural e revalorização da cultura popular
– São Paulo –
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*Por Álvaro Barcellos
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...e ver o mar às vezes bem que é preciso
pra ter certeza de ainda estar-se vivo
mesmo que o casco esteja velho
e corroído...
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dizia o compositor Renato Teixeira em sua canção Olhos profundos. Um dos nomes mais importantes da MPB, em especial a partir dos anos 70, santista criado em Taubaté, Teixeira, através de soluções harmônicas por vezes surpreendentemente simples, impõe-se de modo sutil, criativo e visceral, e sussurra ao cantar – um João Gilberto do Brasil de dentro. Renato Teixeira assina clássicos como Romaria, imortalizada na voz de Elis Regina, e Amanheceu, peguei a viola, além de temas com o pantaneiro Almir Sater, como Tocando em frente.
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Em linha próxima, temos Passoca, autor de Sonora garoa, e que fez um CD onde reúne clássicos do cancioneiro caipira, como Angelino de Oliveira (Tristeza do Jeca), Cornélio Pires (Jorginho do sertão), João Pacífico e Raul Torres (Pingo d’água), Tião Carreiro (Rio de lágrimas, parceria com Lourival dos Santos e Piraci), entre outros.
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Destacam-se também nomes como os do cantor e ator Rolando Boldrin, autor de Amor de violeiro e Vide vida marvada (que abria seu excelente programa Som Brasil), e o do violeiro e compositor Adauto Santos, autor de Triste berrante. O casal Osvaldinho Viana e Mariza (No balança da rede e Pedra de rio) também marca o interior paulista, o Brasil de dentro. Assim como os irmãos – bluezeiros caipiras – Paulo e Jean Garfunkel (autores de Mazzaropi). Jean e Pratinha compuseram Passarinheiro. Emblemática é também a presença da cantora e pesquisadora Inezita Barroso.
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Nome importante, experimental, é o de Luiz Tatit, autor de Boa noite juntamente com o irmão Paulo Tatit – ; Luiz assina Alguém total com Dante Ozzetti. Junto com Ná Ozzetti, eles integraram o grupo Rumo. Possuem bela obra inclusive para o público infantil. Luiz Tatit compôs também com Arnaldo Antunes Criança não trabalha. Zé Miguel Wisnik assina Simples e Baião de quatro toques – esta com o próprio Luiz Tatit.
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Natan Marques, de Sai dessa e Comboio, é violonista e guitarrista de inclinação jazzística, e acompanhou por vários anos nomes como Elis Regina e Renato Teixeira, cujos filhos Chico Teixeira (de Alvorada brasileira e Curvelo, esta em parceria com o pai) e João Lavraz (de Encostada na varanda, também em parceria com o pai) começam a despontar.
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São Paulo já revelara Guilherme Arantes (Meu mundo e nada mais, Planeta água e Brincar de viver), além de Walter Franco (Coração tranqüilo e Serra do luar). E também Carlinhos Vergueiro (Por que será?, parceria com Toquinho e Vinicius, e Tocaia de cobra, com Paulo César Pinheiro), e o próprio Toquinho (de O caderno, parceria com Mutinho, e Tarde em Itapoá, com o eterno parceiro Vinicius de Moraes).
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Na linhagem do samba paulista, com o qual fartou-se o grupo Demônios da Garoa, temos o grande Adoniran Barbosa (Trem das onze e Saudosa maloca). Na velha guarda, destaca-se também Paulo Vanzolini (de Ronda e Cuitelinho – mas esta não é samba e é colhida do folclore, por Vanzolini e Antonio Xandó). Nos anos 70, estoura Benito di Paula, pianista do samba (de Retalhos de cetim e Charlie Brown).
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O nome de Eduardo Gudin (Verde, e Maior é Deus – esta em parceria com Paulo César Pinheiro) começou a surgir nacionalmente em festival global através da voz forte de Leila Pinheiro. Gudin também assina canção gravada pelo MPB4: Velho ateu – parceria com Roberto Riberti, autor de Passageiro. Já Itamar Assunção (de Mal menor e Por que não pensei nisso antes?), engrossava a lista dos malditos, tendo já trabalhado com o paranaense Arrigo Barnabé (de Clara crocodilo, e que experimentava composições atonais – que começavam com determinado acorde, e na medida em que a canção se desenvolvia, não voltava no fim da canção para o acorde original).
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No começo dos anos 70, nomes como João Ricardo, Gerson Conrad e Ney Matogrosso reúnem -se em torno do grupo Secos e Molhados, de sucessos como Sangue latino e Rosa de Hiroshima (comovente momento em que Conrad musica o célebre poema de Vinicius de Moraes).
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Arnaldo Antunes, Nando Reis, Paulo Miklos e Charles Gavin dominavam a cena do rock paulista a frente do grupo Titãs – de Comida (de Arnaldo Antunes, Marcelo Fromer e Sérgio Brito) e Pra dizer adeus (de Tony Belloto e Nando Reis).
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Como quer que seja, e cada um na sua, bem ao gosto de um lugar tão marcadamente plural, cada um desses cantores/cantoras, grupos, compositores/compositoras sabe no fundo que o fundamental mesmo é prosseguir com seu canto... pra ter certeza de ainda estar-se vivo / mesmo que o casco esteja velho e corroído.
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Abaixo, vídeos com as músicas "Tocando Em Frente" (03:05) com Renato Teixeira; "Alguém Total" (04:01) com Luiz Tatit e Ceumar; e "Saudosa Maloca" (04:40) com Adoniran Barbosa e Elis Regina.


(Tocando Em Frente)

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(Alguém Total)

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(Saudosa Maloca)

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(Mande suas críticas e sugestões de pautas para o e-mail: ab.prs@hotmail.com)
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*Álvaro Barcellos, poeta e letrista gaúcho.
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Foto: Banco de imagens da web

sábado, 29 de novembro de 2008

Poesia Matemática

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Numa quebra com a visão cartesiana em que podemos permitir a possibilidade de um intenso namoro do mundo objetivo com o subjetivo, uma poesia matemática vai bem...
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Poesia Matemática*
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Millôr Fernandes
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Às folhas tantas

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do livro matemático
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um Quociente apaixonou-se
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um dia
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doidamente
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por uma Incógnita.
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Olhou-a com seu olhar inumerável
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e viu-a do ápice à base
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uma figura ímpar;
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olhos rombóides, boca trapezóide,
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corpo retangular, seios esferóides.
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Fez de sua uma vida
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paralela à dela
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até que se encontraram
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no infinito.
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"Quem és tu?", indagou ele
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em ânsia radical.
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"Sou a soma do quadrado dos catetos.
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Mas pode me chamar de Hipotenusa."
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E de falarem descobriram que eram
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(o que em aritmética corresponde
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a almas irmãs)
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primos entre si.
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E assim se amaram
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ao quadrado da velocidade da luz
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numa sexta potenciação
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traçando
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ao sabor do momento
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e da paixão
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retas, curvas, círculos e linhas sinoidais
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nos jardins da quarta dimensão.
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Escandalizaram os ortodoxos das fórmulas euclidiana
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e os exegetas do Universo Finito.
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Romperam convenções newtonianas e pitagóricas.
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E enfim resolveram se casar
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constituir um lar,
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mais que um lar,
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um perpendicular.
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Convidaram para padrinhos
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o Poliedro e a Bissetriz.
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E fizeram planos, equações e diagramas para o futuro
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sonhando com uma felicidade
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integral e diferencial.
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E se casaram e tiveram uma secante e três cones
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muito engraçadinhos.
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E foram felizes
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até aquele dia
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em que tudo vira afinal
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monotonia.
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Foi então que surgiu
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O Máximo Divisor Comum
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freqüentador de círculos concêntricos,
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viciosos.
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Ofereceu-lhe, a ela,
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uma grandeza absoluta
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e reduziu-a a um denominador comum.
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Ele, Quociente, percebeu
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que com ela não formava mais um todo,
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uma unidade.
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Era o triângulo,
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tanto chamado amoroso.
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Desse problema ela era uma fração,
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a mais ordinária.
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Mas foi então que Einstein descobriu a Relatividade
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e tudo que era espúrio passou a ser
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moralidade
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como aliás em qualquer
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sociedade.
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*Texto oriundo do livro "Tempo e Contratempo" (1954) - publicado com o pseudônimo de Vão Gogo.
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Foto: Banco de imagens da web

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Dois Rios

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Observando a música “Dois Rios” da banda "Skank" é possível perceber certa influência beatleniana. A música pertence ao álbum “Cosmotron” de 2003 que foi premiado no ano seguinte com o Grammy de melhor gravação de rock.
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Abaixo, vídeo da música "Dois Rios" (04:13) com a banda Skank.
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Foto: Banco de imagens da web

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Sinal Fechado

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Sinal Fechado
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Paulinho da Viola
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Olá, como vai?

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Eu vou indo e você, tudo bem?
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Tudo bem eu vou indo correndo
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Pegar meu lugar no futuro, e você?
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Tudo bem, eu vou indo em busca
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De um sono tranquilo, quem sabe ...
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Quanto tempo... pois é...
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Quanto tempo...
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Me perdoe a pressa
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É a alma dos nossos negócios
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Oh! Não tem de quê
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Eu também só ando a cem
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Quando é que você telefona?
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Precisamos nos ver por aí
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Pra semana, prometo talvez nos vejamos
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Quem sabe?
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Quanto tempo... pois é... (pois é... quanto tempo...)
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Tanta coisa que eu tinha a dizer
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Mas eu sumi na poeira das ruas
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Eu também tenho algo a dizer
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Mas me foge a lembrança
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Por favor, telefone, eu preciso
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Beber alguma coisa, rapidamente
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Pra semana
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O sinal ...
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Eu espero você
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Vai abrir...
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Por favor, não esqueça,
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Adeus...
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Abaixo, vídeo com a música "Sinal Fechado" (02:48) com Elis Regina.
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Foto: Banco de imagens da web

Mariana Aydar

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Mariana Aydar provém de uma família com raízes na música, pois seu pai é integrante do grupo "Premê" e sua mãe produtora de vários artistas.
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Ela tem se apresentado com muitos nomes conhecidos e vem traçando seu espaço há pouco tempo.
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Possui uma formação musical acadêmica, tendo estudado cello, violão e canto.
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Lançou seu primeiro cd “Kavita 1” em 2006 e teve a indicação ao prêmio VMB na categoria revelação em 2007, vindo a realizar seu primeiro show em 2008.
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Mariana é considerada como integrante de uma safra de cantoras no cenário da nova MPB.
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Abaixo, vídeo da música "Deixa o Verão" (03:51) com Mariana Aydar.


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Foto: Banco de imagens da web - capa do cd "Kavita 1".

sábado, 22 de novembro de 2008

O Homem e Seus Conflitos...

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Um Cavalo Sem Nome (A Horse With No Name)
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Dewey Bunnell / Tradução: Não informada

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Na primeira parte da jornada

Eu estava olhando para todas as formas de vida
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Havia plantas e pássaros e rochas e coisas
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Havia areia e morros e arcos
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A primeira coisa que eu encontrei foi uma mosca zumbindo
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E o céu sem nuvens
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O clima estava quente e o chão estava árido
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Mas o ar estava cheio de barulho
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Eu atravessei o deserto num cavalo sem nome
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Ele se sentiu bem em ter saído da chuva
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No deserto você pode se lembrar o seu nome
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Porque lá não há ninguém para te fazer sofrer
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(Lá, lá, lá...)

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Depois de dois dias sob o sol do deserto

Minha pele começou a ficar vermelha
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Depois de três dias no deserto, que graça,

Eu estava olhando para um leito de rio
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E a história que ele revelou de um rio que corria
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Me deixou triste em pensar que ele estava morto
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Tá vendo, eu atravessei o deserto num cavalo sem nome
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Ele se sentiu bem em ter saído da chuva
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No deserto você pode se lembrar o seu nome
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Porque lá não há ninguém para te fazer sofrer
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(La, la, La...)

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Depois de nove dias eu deixei o cavalo ir embora

Porque o deserto tinha virado mar
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Havia plantas e pássaros e rochas e coisas
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Havia areia e morros e arcos
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O oceano é um deserto com vida submersa
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E tem sobre ele um disfarce perfeito

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Sob as cidades está escondido um coração feito de terra
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Mas os seres humanos não darão amor
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Tá vendo, eu atravessei o deserto num cavalo sem nome
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Ele se sentiu bem em ter saído da chuva
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No deserto você pode se lembrar o seu nome
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Porque lá não há ninguém para te fazer sofrer
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(Lá, lá, lá...)

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Abaixo, vídeo da música "A Horse With No Name" (04:07) com Jarhead.
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Foto: Banco de imagens da web

Lenda Cherokee

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Texto enviado por Valdriana Pavão - Curitiba/PR
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Lenda Cherokee
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Você conhece a lenda do rito de passagem da juventude dos índios Cherokees?
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O pai leva o filho para a floresta durante o final da tarde, venda-lhe os olhos e deixa-o sozinho. O filho se senta sozinho no topo de uma montanha toda a noite e não pode remover a venda até os raios do sol brilharem no dia seguinte. Ele não pode gritar por socorro para ninguém. Se ele passar a noite toda lá, será considerado um homem. Ele não pode contar a experiência aos outros meninos porque cada um deve tornar-se homem do seu próprio modo, enfrentando o medo do desconhecido. O menino está naturalmente amedrontado. Ele pode ouvir toda espécie de barulho. Os animais selvagens podem, naturalmente, estar ao redor dele. Talvez alguns humanos possam feri-lo. Os insetos e cobras podem vir picá-lo. Ele pode estar com frio, fome e sede. O vento sopra a grama e a terra sacode os tocos, mas ele se senta estoicamente, nunca removendo a venda. Segundo os Cherokees, este é o único modo dele se tornar um homem... Finalmente... Após a noite horrível, o sol aparece e a venda é removida. Ele então descobre seu pai sentado na montanha perto dele. Ele estava a noite inteira protegendo seu filho do perigo. Nós também nunca estamos sozinhos! Mesmo quando não percebemos, Deus está olhando por nós, 'sentado ao nosso lado'. Quando os problemas vêm, tudo que temos a fazer é confiar que ELE está nos protegendo.
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Evite tirar a sua venda antes do amanhecer....
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Moral da história:
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Apenas porque você não vê Deus, não significa que Ele não esteja com você. Nós precisamos caminhar pela fé, não com a nossa visão material. "Eis que estou convosco todos os dias, até o fim dos tempos" (Mt 28,20).
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Foto: Banco de imagens da web

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Almirante Negro

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A pretexto da data de 20 de novembro (Dia da consciência negra), poderíamos enumerar vários nomes de pessoas que tiveram na pele o insulto, a resistência, a divisão e a luta pelo direito inerente a todos nós - liberdade .
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Porém faço uma pequena menção a um exclusivamente - João Cândido do Nascimento (1880-1969), o Almirante Negro, líder da Revolta da Chibata, em 1910, uma das páginas mais sangrentas, heróicas e esquecidas de nossa história.
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"Assunto de alto-relevo e pouca presença na consciência dos brasileiros", como definiu o crítico Antonio Candido, o movimento liderado pelo Almirante Negro.
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No dia 22 de novembro de 1910, a Armada revolta-se, depois que um marujo recebe mais de 200 chibatadas no convés, punição tão cruel que até os oficiais viraram o rosto. O disciplinado timoneiro João Cândido, que jamais havia recebido uma chibatada, toma a liderança do movimento. Sob ordens do "Almirante Negro", os marujos manobraram os navios de guerra pela Baía de Guanabara e voltam os canhões para a cidade. Pedem o fim da chibata, aumento de soldo e o ingresso de negros na Escola de Oficiais.
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No Senado, Rui Barbosa defendeu - com êxito - a justeza das reivindicações e a anistia para os revoltosos. Mas a anistia foi cassada uma semana depois e os revoltosos cruelmente perseguidos e muitos mortos sob maus-tratos. João Cândido, depois de passar dias numa masmorra sem água ou comida - eram 18 marujos, só dois sobreviveram - foi internado como louco no Hospital da Praia Vermelha. Lá ganhou a proteção do médico Juliano Moreira. Dois anos depois, saiu. Mas jamais pode reingressar na Marinha, como gostaria. No dia em que o "seu navio" Minas Gerais virou sucata, ele pegou um barco e foi ao mar despedir-se do encouraçado.
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João Bosco e Aldir Blanc compuseram nos anos 70 a música “Mestre-Salas dos Mares” em homenagem a João Candido.
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As datas em destaque cumprem um papel importante com fins memoriais e por sua vez de possíveis reflexões, mas chegará um tempo em que todos os dias poderão ser dias de consciência, pois como dizia Milton Nascimento "..todo dia é dia de viver...".
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Abaixo, vídeo da música "Mestre-Salas dos Mares" (02:26) com Elis Regina; e da música "Para Lennon e McCartney" (02:36) com Milton Nascimento & Wagner Tiso.
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(Mestre-Salas dos Mares)

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(Para Lennon e McCartney)

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Fonte histórica: Matéria cultural de Beth Néspoli (março/2002).

Foto: Banco de imagens da web.

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

A Escravatura Que Dura

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A Escravatura Que Dura(1)
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Por João Tunes - Seixal - Portugal
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Muitas vezes, demasiadas, com o nosso encanto folclórico-afectivo pelo Brasil, sobretudo por causa da sua oralidade musicada, pelos brasileiros (e porque não dizer: sobretudo com as brasileiras!), mais pelo canto dos cantores épicos de Lula como imitação pífia e trotsquista-cristã do “Cavaleiro da Esperança”, esquece-se um fenómeno bem tangível para quem visita e conhece o Brasil – ser, e continuar a ser, um dos países mais racistas do mundo. Não daquele racismo de sopro e assobio, mas racismo do mais cruel e primário – o que mantém uma naco apreciável da sua população, os negros e as negras, afastados da decisão e sempre perto da discriminação, exceptuando quase só quando abanam a bunda ou dão genial pontapé na bola. É uma herança nossa, portuguesa, quando se investiu no Brasil, por causa da cana de açúcar (transferindo-se a produção antes centrada em São Tomé) e a Terra de Vera Cruz se transformou em grande destino do mercado de escravos. E há heranças, mesmo se bem disfarçadas, que perduram.
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Leia-se Carlos Lopes(2):
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1. Texto postado em março/2006 no blog Água Lisa.
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2. Carlos Lopes, editor-chefe do Relatório de Desenvolvimento Humano Brasil 2005 — Racismo, pobreza e violência, lançado pelo PNUD. Lopes foi representante do PNUD e da ONU no Brasil.
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Observação: 20 de novembro - Dia da Consciência Negra (no Brasil).
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Foto: Extraído do blog Água Lisa.

Água Lisa

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Outro dia eu postei um texto num blog de um amigo num viés mais sócio-econômico e dentro da abordagem ampliavam-se algumas questões pertinentes ao fato do mundo estar mais aparatado para se comunicar e com isso não ocultar as informações, pois tem sido assim na minha visão sobre a internet que nos possibilita em tempo real fazer uma comunicação ampla de informações e idéias.
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Pois tive a grata oportunidade em alguns desses passeios e pesquisas pela internet de conhecer um blog que me chamou a atenção e que passei a acompanhá-lo inclusive os posts mais antigos, esse blog chama-se “Água Lisa” do cidadão português João Tunes com quem acabei me comunicando e simpaticamente trocando informações.
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Penso ser seu blog muito interessante e mostra outras leituras do além-mar e do viés sociológico e político.
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Além do blog do João, será possível conhecer outros blogs interessantes que estão elencados em seus links. Para quem tiver interesse em acessá-lo e o qual eu recomendo, o Blog “Água Lisa” está entre os nossos links.
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Abraço ao João.
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Foto: Banco de imagens da web.

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

A Cigarra

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A Cigarra (Como La Cigarra)
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Maria Elena Walsh / Tradução: não informada
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Tantas vezes me mataram
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Tantas vezes eu morri
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Mas agora estou aqui
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Ressuscitando.
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Agradeço à desgraça
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E à mão com um punhal
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Por ter me matado tão mal
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E eu segui cantando
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Cantando ao sol como uma cigarra
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Depois de um ano embaixo da terra
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Igual a um sobrevivente
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Que volta da guerra
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Tantas vezes me apagaram
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Tantas desapareci
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Ao meu próprio enterro fui
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Sozinho e chorando.
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Dei um nó no lenço
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Mas me lembrei em seguida
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Que não era a única vez
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E segui cantando.
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Cantando ao sol como uma cigarra
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Depois de um ano embaixo da terra
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Igual a um sobrevivente
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Que volta da guerra
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Tantas vezes te mataram
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Tantas ressuscitarás
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Quantas noites passarás
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Desesperando.
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No momento do naufrágio
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E da escuridão
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Alguém te resgatará
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Para ir cantando
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Cantando ao sol como uma cigarra
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Depois de um ano embaixo da terra
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Igual a um sobrevivente
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Que volta da guerra


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Abaixo, vídeo da música "Como La Cigarra" (03:13) com Mercedes Sosa.



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Foto: Banco de imagens da web